Março Amarelo: mês de conscientização da endometriose, Vamos falar sobre endometriose e fertilidade?

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A endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Ou seja: focos de endométrio funcionante fora do útero.

Os locais mais comuns da endometriose são os órgãos pélvicos e o peritônio, a camada que recobre todos os órgãos abdominais. Mas ela pode acometer outros órgãos distantes, como diafragma, pulmões, pele, cicatrizes, cérebro e até glândulas lacrimais.

Vejamos os locais mais frequentes:

  • Tubas uterinas
  • Ligamentos útero-sacros
  • Ligamentos largos
  • Ovários
  • Retossigmoide
  • Intestino delgado
  • Vagina
  • Bexiga
  • Ureter

Quando a endometriose acomete a camada muscular do útero (miométrio), chamamos de adenomiose.

Apesar do avanço no conhecimento dessa doença que muito nos instiga, atualmente nenhuma teoria consegue explicar todos os casos de endometriose.

A endometriose pode causar diversos sintomas, incluindo:

  • Cólica menstrual de moderada a forte intensidade: é a queixa mais frequente. Muitas pacientes não conseguem trabalhar devido à intensidade das dores.
  • Dor pélvica crônica: mesmo fora do período menstrual, levando à paciente usar analgésicos e anti-inflamatórios.
  • Dor lombar: intensa durante a menstruação.
  • Dor durante as relações sexuais (dispareunia): principalmente na penetração profunda. Pacientes com nódulos vaginais de endometriose podem ter sangramento durante e após as relações sexuais.
  • Alterações intestinais cíclicas: durante o período menstrual, a mulher pode ter obstipação, diarreia, dor e vontade de evacuar com dificuldade, mesmo com intestino vazio. Pode causar até sangramento intestinal durante a evacuação.
  • Alterações urinárias cíclicas: quando a endometriose acomete o sistema urinário (bexiga, uretra, ureteres, rins), causando aumento da frequência das micções, dor e, em casos mais profundos, sangramento ao urinar. Os sintomas são mais intensos durante a menstruação
  • Sangramento uterino anormal: principalmente como pequenos sangramentos no meio do ciclo (“spottings”) ou manchas pré-menstruais.
  • Infertilidade.

Posso engravidar com endometriose?

Sem dúvida. Muitas mulheres com endometriose engravidam espontaneamente, mas a endometriose é cerca de 5 vezes mais frequente na população que tem dificuldades para engravidar. Isso mostra que a doença pode causar diversos fatores de infertilidade:

Alterações tubarias, que dificultam os espermatozoides de fecundarem os óvulos dentro das tubas;

Mudanças imunológicas, em que o sistema imune materno “ataca” o embrião que chega dentro do útero;

O endométrio não se desenvolve adequadamente, sendo um ambiente “hostil” ao embrião.

Se você tem endometriose e está tentando engravidar, vale a pena marcar uma consulta aqui no Fertliv e saber sobre as opções terapêuticas. Muitas vezes as técnicas de Reprodução Assistida, como a Fertilização in vitro e a Inseminação Artificial, são as melhores alternativas. Em outros casos, a cirurgia para ressecção dos focos de endometriose pode ser a opção mais inteligente e eficaz.

Quando falamos em endometriose e infertilidade, não existe uma regra absoluta: cada caso deve ser avaliado detalhadamente, sempre levando em consideração os sintomas da paciente, a idade materna, a reserva ovariana, qualidade do sêmen do parceiro, permeabilidade tubária, entre outros. E por isso o ideal é que esta avaliação seja feita por um profissional que esteja habituado não só com a endometriose, mas também com os tratamentos de Reprodução Humana.

Vale lembrar que a própria gestação é um tratamento para a endometriose. Por isso, as técnicas de reprodução assistida podem ser um tratamento indireto da endometriose, cursando com a gravidez.

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