A transferência embrionária é o quarto e último estágio da FIV (Fertilização in Vitro). Depois da estimulação ovariana, da captação dos óvulos, do desenvolvimento dos embriões no laboratório, é chegada a hora de levar o ou os embriões para o útero da futura mamãe.
O objetivo do procedimento é colocar os embriões de forma eficiente e sem traumas no endométrio (ou com o menor trauma possível). O endométrio é o tecido que reveste o útero internamente, e que será responsável por acolher o embrião.
A transferência de embrionária é um procedimento simples, normalmente feita em ambiente ambulatorial, ou seja, sem necessidade de internação.
Por meio do orifício externo do colo uterino — o mesmo por onde sai a menstruação — o médico introduz um fino cateter de plástico flexível. Este primeiro cateter é o cateter guia, e sua função é garantir que a trajetória dos embriões seja segura até o fundo uterino. É por dentro do cateter guia que ocorrerá a passagem do segundo cateter, trazendo os embriões. Este segundo, com calibre ainda menor, é enviado pelo laboratório, contendo um ou mais embriões suspensos em um meio fluido específico para isso. Ele vem acoplado a uma pequena seringa, para que esse líquido seja suavemente empurrado para dentro do útero, levando junto os embriões. A partir desse momento, o embrião deve continuar o seu desenvolvimento na cavidade uterina e se aderir à parede do útero (endométrio), para que haja o resultado positivo de gravidez.
Um fator a ser considerado para programar a transferência de embrião é a chamada janela de implantação. Esse é o período em que há maior receptividade do endométrio ao embrião. Portanto, é importante que seja feito um planejamento adequado de acompanhamento da resposta do endométrio e uso de medicações, se necessário, para preparar e identificar o melhor momento para a transferência.
Algumas mulheres precisarão estimular o espessamento do endométrio com medicações. Para outras, isso não será necessário e a transferência ocorrerá com seu ciclo natural.
Ao longo de todo o período gestacional, as células embrionárias se multiplicam para a formação do feto. No terceiro dia de fertilização (D3), o embrião saudável tem em torno de oito células — todas iguais. Em torno do quinto dia (D5), ele chega à fase chamada de blastocisto, quando já há várias células, ficando difícil de contar, e ocorre diferenciação destas células em massa celular externa e interna.
Após a transferência a mulher já pode prosseguir com a rotina normal. É possível, inclusive, ir trabalhar normalmente, uma vez que a implantação de um embrião de FIV ocorre de maneira análoga ao de uma gestação espontânea.
É fundamental que o casal siga as orientações médicas e, principalmente, contenha as expectativas até que o resultado da gravidez possa ser confirmado por meio de um exame de beta-HCG, que deve ser realizado em torno de 14 dias após a transferência.