Março Amarelo: mês de conscientização da endometriose, Vamos falar sobre endometriose e fertilidade?
A endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Ou seja: focos de endométrio funcionante fora do útero. Os locais mais comuns da endometriose são os órgãos pélvicos e o peritônio, a camada que recobre todos os órgãos abdominais. Mas ela pode acometer outros órgãos distantes, como diafragma, pulmões, pele, cicatrizes, cérebro e até glândulas lacrimais. Vejamos os locais mais frequentes: Quando a endometriose acomete a camada muscular do útero (miométrio), chamamos de adenomiose. Apesar do avanço no conhecimento dessa doença que muito nos instiga, atualmente nenhuma teoria consegue explicar todos os casos de endometriose. A endometriose pode causar diversos sintomas, incluindo: Posso engravidar com endometriose? Sem dúvida. Muitas mulheres com endometriose engravidam espontaneamente, mas a endometriose é cerca de 5 vezes mais frequente na população que tem dificuldades para engravidar. Isso mostra que a doença pode causar diversos fatores de infertilidade: Alterações tubarias, que dificultam os espermatozoides de fecundarem os óvulos dentro das tubas; Mudanças imunológicas, em que o sistema imune materno “ataca” o embrião que chega dentro do útero; O endométrio não se desenvolve adequadamente, sendo um ambiente “hostil” ao embrião. Se você tem endometriose e está tentando engravidar, vale a pena marcar uma consulta aqui no Fertliv e saber sobre as opções terapêuticas. Muitas vezes as técnicas de Reprodução Assistida, como a Fertilização in vitro e a Inseminação Artificial, são as melhores alternativas. Em outros casos, a cirurgia para ressecção dos focos de endometriose pode ser a opção mais inteligente e eficaz. Quando falamos em endometriose e infertilidade, não existe uma regra absoluta: cada caso deve ser avaliado detalhadamente, sempre levando em consideração os sintomas da paciente, a idade materna, a reserva ovariana, qualidade do sêmen do parceiro, permeabilidade tubária, entre outros. E por isso o ideal é que esta avaliação seja feita por um profissional que esteja habituado não só com a endometriose, mas também com os tratamentos de Reprodução Humana. Vale lembrar que a própria gestação é um tratamento para a endometriose. Por isso, as técnicas de reprodução assistida podem ser um tratamento indireto da endometriose, cursando com a gravidez.
Congelar óvulos é seguro?
O congelamento de óvulos já é uma prática consolidada no universo científico, com resultados concretos e satisfação de inúmeras pessoas. Desde o início dos anos 2000, essas práticas vêm amadurecendo e ganhando adeptos em clínicas de reprodução. Entretanto, especulações sobre o processo de congelamento sempre surgem, fazendo com que uma série de mitos sejam criados. Para tirar suas dúvidas e desmistificar algumas crenças, confira no post de hoje 7 mitos sobre o congelamento de óvulos. O congelamento de óvulos não é 100% seguro O mito sugere que a fertilização assistida e o congelamento de óvulos possam comprometer a formação saudável do feto. Ao contrário do que supõe o mito, as taxas de fertilidade e de problemas congênitos com os bebês mostram que não há uma diferença contrastante do congelamento com a fertilização tradicional. Os recém-nascidos desses procedimentos apresentam variações cromossômicas ou alterações congênitas na mesma proporção que o restante da população. Tais dados provam que o método é seguro e não representa necessariamente complicações para formação do bebê. Os óvulos se mantêm congelados por poucos anos ou perdem qualidade com o tempo A ideia de que os óvulos congelados “envelhecem” é uma crença falsa. Na realidade, não há um limite para o tempo que os óvulos são mantidos congelados. Após o procedimento de retirada e congelamento, eles podem ser utilizados anos depois. Os óvulos são mantidos em temperaturas de – 196° graus por tempo indeterminado e sem perder a qualidade. Há registros de casos em que o óvulo foi utilizado até 15 anos depois de retirado e a fertilização foi um sucesso.
Como funciona a transferência embrionária
A transferência embrionária é o quarto e último estágio da FIV (Fertilização in Vitro). Depois da estimulação ovariana, da captação dos óvulos, do desenvolvimento dos embriões no laboratório, é chegada a hora de levar o ou os embriões para o útero da futura mamãe. O objetivo do procedimento é colocar os embriões de forma eficiente e sem traumas no endométrio (ou com o menor trauma possível). O endométrio é o tecido que reveste o útero internamente, e que será responsável por acolher o embrião. A transferência de embrionária é um procedimento simples, normalmente feita em ambiente ambulatorial, ou seja, sem necessidade de internação. Por meio do orifício externo do colo uterino — o mesmo por onde sai a menstruação — o médico introduz um fino cateter de plástico flexível. Este primeiro cateter é o cateter guia, e sua função é garantir que a trajetória dos embriões seja segura até o fundo uterino. É por dentro do cateter guia que ocorrerá a passagem do segundo cateter, trazendo os embriões. Este segundo, com calibre ainda menor, é enviado pelo laboratório, contendo um ou mais embriões suspensos em um meio fluido específico para isso. Ele vem acoplado a uma pequena seringa, para que esse líquido seja suavemente empurrado para dentro do útero, levando junto os embriões. A partir desse momento, o embrião deve continuar o seu desenvolvimento na cavidade uterina e se aderir à parede do útero (endométrio), para que haja o resultado positivo de gravidez. Um fator a ser considerado para programar a transferência de embrião é a chamada janela de implantação. Esse é o período em que há maior receptividade do endométrio ao embrião. Portanto, é importante que seja feito um planejamento adequado de acompanhamento da resposta do endométrio e uso de medicações, se necessário, para preparar e identificar o melhor momento para a transferência. Algumas mulheres precisarão estimular o espessamento do endométrio com medicações. Para outras, isso não será necessário e a transferência ocorrerá com seu ciclo natural. Ao longo de todo o período gestacional, as células embrionárias se multiplicam para a formação do feto. No terceiro dia de fertilização (D3), o embrião saudável tem em torno de oito células — todas iguais. Em torno do quinto dia (D5), ele chega à fase chamada de blastocisto, quando já há várias células, ficando difícil de contar, e ocorre diferenciação destas células em massa celular externa e interna. Após a transferência a mulher já pode prosseguir com a rotina normal. É possível, inclusive, ir trabalhar normalmente, uma vez que a implantação de um embrião de FIV ocorre de maneira análoga ao de uma gestação espontânea. É fundamental que o casal siga as orientações médicas e, principalmente, contenha as expectativas até que o resultado da gravidez possa ser confirmado por meio de um exame de beta-HCG, que deve ser realizado em torno de 14 dias após a transferência.